sábado, 2 de julho de 2011

Antologia Comparada Parte I


Dom Casmurro – Machado de Assis



O romance Dom Casmurro causa polêmica há cerca de um século. É, dentre as obras de Machado de Assis, a mais enigmática. Tem como eixo central a história de Bentinho e Capitu.
 A personagem Capitu de Dom Casmurro é apresentada a partir da descrição funcional, bastante comum no Realismo.
Capitu é apresentada como: “criatura de 14 anos, alta, forte e cheia, apertada em um vestido de chita, meio desbotada. Os cabelos grossos, feitos em duas tranças, com as pontas atadas uma à outra, à moda do tempo,... morena, olho claro e grande, nariz reto e comprido, tinha a boca fina e o queixo largo... calçava sapatos de duraque, rasos e velhos, a que ela mesma dera alguns pontos”. “Capitu gostava tanto de minha mãe, e minha mãe, dela que eu não podia entender tamanha explosão”.
Segundo José Dias, Capitu possuía “olhos de cigana oblíqua e dissimulada”, mas para Bentinho os olhos pareciam “olhos de ressaca”; Traziam não sei que fluído misterioso e energético, uma força que arrastava para dentro, com a vaga que se retira da praia, nos dias de ressaca”. A personagem é apresentada como leviana, fútil, a que desde pequena só pensa em vestidos e penteados, a que tinha ambições de luxo e grandeza. Certa vez foi comparada a uma aranha que devora o macho depois de fecundada. Inteligente, prática de personalidade forte e marcante, Capitu acaba se tornando a dona de romance.
Filho único, órfão de pai aos quatro anos, Bentinho foi criado pela mãe, Dona Glória, na antiga rua de Mata cavalos. Os bens deixados pelo pai proporcionavam a ambos uma vida bastante confortável. Para dar cumprimento a uma promessa feita pela mãe, Bentinho deveria ingressar num seminário quando tivesse a idade apropriada.
O isolamento familiar, a superproteção fizeram de Bentinho uma pessoa bastante ingênua, de personalidade sensível e emocional. A única pessoa com quem ele mantém estreito relacionamento fora do círculo doméstico é avizinha Capitu, sua amiga de infância, por quem se apaixona aos 15 anos. Capitu é dona de uma personalidade forte e marcante, bem diversa da dele; era dotada de inteligência vivaz e extroversão, de capacidade de dissimulação e astúcia: “olhos de cigana, oblíqua e dissimulada”. Além de Capitu, Bentinho torna-se amigo de Escobar, seu companheiro de seminário, e graças a ele consegue abandonar a vida eclesiástica.
Embora com personalidades bem diversas, Bentinho e Capitu, após um longo namoro, casam-se e tem um filho, chamado Ezequiel. O casamento trouxe ciúme inevitável e obsessivo por parte de Bentinho. A desconfiança de que a esposa o teria traído com seu melhor amigo Escobar foi envenenando-lhe a alma; as semelhanças existentes entre seu filho e o amigo davam como certas essas suspeitas.

O Primo Basílio – Eça de Queiroz


Esse romance realista tem como personagem principal Luísa, que nos é apresentada por uma narração em terceira pessoa. Luisa caracteriza-se, desde o início do romance como uma mulher sonhadora que fantasia com o mundo romântico e idealizado dos livros que lê. A busca pela realização de suas fantasias acaba levando-a ao adultério.
"O Primo Basílio" conta a história de Luísa, jovem sonhadora e ociosa da sociedade lisboeta, que acaba envolvida por Basílio, seu primo, com quem se reencontra, após anos de distância. Achando-a sozinha, já que Jorge, o marido, viajara a negócios, Basílio serve-se de sedução e galanteios, até levá-la a se envolver profundamente consigo, tornando-se sua amante. Juliana, a criada, descobre a corres­pondência trocada por ambos e chateia a patroa. Após sofrer muitas humilhações e ter que se submeter aos caprichos da crudelíssima criada, Luísa consegue, ajudada por um amigo, reaver as cartas; e Juliana, pressionada a entregá-las, ante as ameaças, acaba morrendo do coração. Após tanto sofrimento, Luísa adoece. Basílio, de há muito, encontra-se longe de Lisboa. Jorge regressa ao lar. Certo dia chega uma carta do primo para a esposa e o marido intercepta a correspondência e toma conhecimento de tudo que ocorrera.

Desesperado e sofrendo demasiadamente, ainda assim Jorge resolve perdoar Luísa. Ela, no entanto, piora muito ao saber que o marido descobrira tudo o que fizera de errado, e vem a falecer. A reação de Basílio, ao saber da morte dela, é de pesar, por ter perdido sua diversão em Lisboa. Destaca-se, ainda, na obra, a figura do Conselheiro Acácio, amigo do casal, caricatura repleta de formalismo e hipocrisia.
             Ambas as histórias acontecem no realismo e foram protagonizadas por mulheres, que cometerem adultério, relata-se também o valor cultural da mulher.
As finalidades desta relação entre essas duas personagens é fazer criticas aos costumes da sociedade burguesa. Ambas eram casadas,procuravam realizações em seus matrimônios,são acusadas de adultério,Capitu com seu gênio forte,não muito clara em suas atitudes,ninguém consegue comprovar seu adultério.Porem Luisa  temperamento fraco, seu adultério foi comprovado, ambas ociosas e dependentes.
Autores: Daviane Maira Gazola, Joelma de Braga e Maria Angela Souza

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